sexta-feira, 3 de abril de 2015

O REINO DO CETRO - Capítulo Seis

O REINO DO CETRO

Capítulo SEIS
 
O
 Capitão entrou na sala onde seu amo estava treinando e sem dizer nada, apenas depositou o pequeno objeto em uma mesa e ficou esperando-o terminar o seu treino.

Seu amo era um homem alto, com cabelos bem pretos e com o corpo musculoso. Os cabelos eram compridos, passando um pouco do ombro, e naquele momento estavam preso em um rabo de cavalo. Seus olhos eram pretos, e espelhavam sua alma negra. Aqueles olhos nunca souberam o que é misericórdia. Eram frios. E apesar do seu  corpo era bastante ágil.

Aquele homem tinha imensa perícia na espada e seu sparring não tinha chance alguma, estava encharcado de suor, enquanto seu oponente continuava inteiro. Mesmo assim tentou uma estocada diretamente no peito do oponente, que fez uma falsa abertura, chamando-o, sendo que foi facilmente rechaçado e com a guarda do soldado aberta não teve dúvidas, atacou e acertou bem no meio do tórax do sujeito, atravessando a espada do outro lado.

O infeliz não teve nem tempo de gritar, apenas soltou um gemido e caiu na imensa Sala de Armas daquele palácio.

- Mande limpar o salão e jogue o corpo do imbecil para os animais. – disse o amo para um de seus criados. – Vejo que a empreitada deu certo. – disse a seu capitão, pegando uma toalha e limpando seu rosto e guardando a espada junto com outras na sala. Depois se sentou ao lado do capitão e olhou para o objeto. Uma pequena estatueta de um soldado segurando um cajado. Não era valiosa, pois era feita de barro.

O mestre ficou olhando um bom tempo para a pequena estátua.

- Tudo transcorreu com tranqüilidade, meus assassinos agiram muito bem. Sem alarde, e quando se deram conta naquele palácio eles já estavam longe. Não há como rastrear.

- Muito bom, meu amigo. Confio em seus homens. Foram treinados com excelência. E essa foi a primeira missão. Haverá outras. Deixe-os preparados.

Olhava para a estátua, como se estivesse hipnotizado e ficou assim durante um bom tempo. Finalmente tomou o objeto em suas mãos. Levantou, ainda olhando para a estatueta e depois de alguns passos simplesmente jogou-o no chão, despedaçando-o.

Rolou pedaços para todos os lados do grande salão.

Isso deixou o capitão indignado. Tinha mandado seus assassinos buscarem essa estatueta e agora seu mestre jogava no chão e o destruía.

- Não se preocupe, meu caro amigo. Não fiquei doido... Ainda não. A estátua nunca foi minha intenção. Não ela. Mas o que estava depositado no seu interior. – disse, tranqüilizando o capitão e deu alguns passos. Logo depois se agachou e pegou algo pequeno do chão. Levantou-se e foi até o capitão.
Novamente sentou-se na cadeira e mostrou o que achara para o capitão. Era uma jóia. Uma jóia da cor vermelha, do tamanho de uma unha. Brilhava muito. E dava para sentir que a jóia tinha vida. Parecia pulsar.

- Veja. Esta é uma jóia de poder. É mais antiga do que o próprio tempo. Segundo o nosso informante esta jóia realmente tem alguns poderes, mas sozinha ela não pode fazer muita coisa. No entanto, quando se junta a outras quatro, de igual poder, canalizadas por um objeto, no caso um determinado Cetro, pode acabar com mundos.

Agora o capitão olhava admirado para a pequena gema na mão deu seu mestre. Ainda estava meio desconfiado sobre o que aquela pedra poderia fazer, mas confiava em seu mestre. E se haveria uma guerra ele não poderia estar de fora. Ansiava por uma.

- Seu pai sabe disso? – perguntou o capitão.

- Meu pai é um idiota. Todo diplomático. Ele nunca saberia o que fazer se tivesse em suas mãos esse poder. Provavelmente deixaria para outro. Ele só sabe se divertir e de meninas novinhas. É fascinado por meninas novas. Já deve ter deflorado todas as moças do reino. Mas na frente dos outros posa de bom sujeito, puritano, senhor dos bons costumes.

“Não. Ele não sabe. E que isso fique somente entre nós, meu amigo. O poder total será nosso.”

- Ah, não esqueça que tem um compromisso. O aniversário. – lembrou-lhe o seu capitão.

- Não esqueci. Apronte tudo. Não perderemos por nada. Quero ver como ficou aquela franguinha da Alexia. Faz muito tempo que não a vejo.

Fazendo um aceno de cabeça o capitão saiu da Sala de Armas, deixando o mestre sozinho em seus pensamentos. Ele ficou olhando para aquela gema, com os olhos distantes. Pensando no poder, pensando em tudo o que terá quando for o senhor do universo. “Finalmente. Agora faltam quatro.” Pensou ele. Depois guardou a gema no bolso e saiu da sala. Por ora tinha outros compromissos.


-x-x-


10 comentários:

  1. Olá!
    Gosto muito da sua escrita e estou adorando acompanhar cada capítulo dessa história. Estou bastante curiosa para saber se ele irá conseguir as outras gemas, e o tão sonhado poder.
    Beijos.

    Li
    Literalizando Sonhos

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    1. Olá Aline,
      o blog passou por reformulação e demorei a responder, mas espero que continue acompanhando, ainda postarei os capítulos.
      bjs

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  2. Olá! Adorei a sua narrativa. As suas descrições são muito boas, consegui imaginar as cenas perfeitamente, e o capítulo me deixou muito curiosa para saber o que acontecerá em seguida. \o Beijos!

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    1. Olá Camila,
      desculpa a demora em responder, mas o blog passou por uma reformulação e só agora pude retornar. As postagens dos capitulos continuarão e espero que goste.
      bjs

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  3. Preciso ler os outros capítulos! Mas adorei a sua escrita e estou ansiosa por mais!
    Vivi
    https://corujasdebiblioteca.wordpress.com/

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    1. Oi Bia,
      nao perca os capítulos hehehehe. o blog passou por uma reformulação, mas está de volta. e os capítulos também.
      bjs

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  4. Oi Antonio, tudo bem?
    Eu estava lendo sua resenha, quando ele jogou a estátua no chão, eu esperava por uma reviravolta, tipo, o capitão iria ficar louco, pois seu mestre iria humilhá-lo, ou algo assim. Mas para minha surpresa, ele queria o que estava dentro da estátua. E pelo visto, ele não é muito diferente do pai dele, ansiando por todo esse poder. Você me prendeu na narrativa e já me deixou interessada por um possível romance dele com Alexia, risos... Mas só se ele for bonzinho.
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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    1. Oi Cila,
      o capítulo foi bom né... nao deixe de acompanhar os demais que serão postados.
      bjs

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  5. Oii, tudo bem?
    gosto bastante da sua escrita, e estou gostando bastante de acompanhar a obra ;)
    bjos
    Pah
    Lendo e Escrevendo

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    1. oi Pah,
      desculpe estar respondendo só agora, mas é que o blog passou por uma reformulação e espero que goste. os capítulos serão postados com regularidades. só continuar a acompanhar hehehe.
      bjs

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