CÂNCER NA FAMÍLIA
Há alguns anos, meu pai fez alguns exames com o seu médico
urologista. Exames de rotina, afinal ele estava chegando aos sessenta anos.
Devido a algumas alterações o médico pediu um exame mais acurado e detectou
algo que não gostou. Eu estava com ele e minha mãe no consultório quando o
médico decretou: “seu pai está com Câncer de Próstata”. Aquilo caiu como uma
bomba.
A pergunta inicial na hora foi se tinha cura, ou melhor, se o
câncer poderia ser combatido e vencido. O médico disse que sim, que havia
descoberto a doença em seu estágio inicial e as chances de cura eram boas. Ele
estava muito otimista. Não sei se realmente os médicos ficam otimistas para dar
algum alento para os familiares, mas nos agarramos à esperança.
Ficou decidido que seria realizada uma cirurgia para a retirada
do tumor pouco tempo depois. Feitas as providências, tudo certo no
pré-operatório e lá vai meu pai para a sala de cirurgia. O que era para durar
uma, duas horas no máximo estendeu-se e a cirurgia durou mais tempo que
imaginávamos. Nem o próprio médico esperava isso. Quando o paciente saiu da
sala estava branco, literalmente. Segundo o médico, durante a cirurgia ele
percebeu que o tumor estava mais enraizado do que ele imaginava e com isso
houve perda de sangue. Usaram praticamente todas as bolsas de sangue que tinham
naquele hospital para a operação. E pior, houve ainda três paradas cardíacas. E
em uma delas papai ficou vários minutos com o coração parado. Foi um verdadeiro
milagre ele ter conseguido retornar.
Passado o susto a recuperação foi lenta, gradual e
devidamente monitorada pelo médico. E quanto se pensava que a luta já havia
acabado, o médico veio com a bomba dois: ainda restavam resquícios do tumor no
corpo de meu pai. Resultado? Uma viagem para Barretos-SP, pelo SUS, para ser
submetido à radioterapia e assim acabar de vez com a doença.
Foi outra luta. Durante vários meses meus pais ficaram em
Barretos para as doses diárias de radioterapia.
No fim, após todas as sessões a que foi submetido, meu pai e
minha mãe ouviram o médico responsável dizer que finalmente a doença havia sido
erradicada do corpo e que não voltaria mais. No entanto, todos os anos ele teria
que fazer uma biópsia de acompanhamento. Apenas um controle.
É claro que teve seqüelas. Uma delas é a questão da
incontinência urinária e a outra é de caráter pessoal. Mas eu e meus irmãos só
temos a agradecer a Deus pela cura do Câncer, pois muitos não a conseguem.
De todas as doenças do mundo, esta é a que mais atinge a
família, com um poder devastador, pois a luta é árdua, e muitas vezes não se
obtém o resultado que se quer.
Segundo meus pais, eles viam todos os dias pessoas morrendo
no hospital por causa do tumor.
A aqueles que tiveram algum caso de câncer em sua família e
que o resultado foi a cura, deem o devido crédito aos médicos, e curtam mais a
pessoa que foi curada e que a família fique mais unida. Quanto aos que tiveram
uma perda na família por conta da doença, tem todo o meu apoio e solidariedade.
Antonio Henrique
Fernandes Neto
Autor e Capitão deste Navio Errante.
Oiee ^^
ResponderExcluirEm 2012 descobrimos que meu avô tinha câncer, mas infelizmente já estava num estágio muito avançado e nada mandaria as células embora. Se espalhou muito rápido e só ficamos sabendo quando ele reclamou de dores, sintoma que acredito eu, só aparece no final. Não demorou muito e logo ele faleceu... Fico feliz que seu pai tenha conseguido se curar, por mais que tenha sequelas :/
MilkMilks
http://shakedepalavras.blogspot.com.br
Oi Dryh,
ExcluirSinto muito pelo seu avô, realmente o câncer é a doença que mais mata no mundo. Graças a Deus que meu pai descobriu cedo e pôde se tratar e ficar curado.
bjs
Que luta Antônio e que vitória.
ResponderExcluirTambém passei por essa angústia com alguns entes da família, nunca alguém tão próximo, mas como disse você, é sempre assustador. A vitória contra a doença é uma grande conquista e deve ser motivo de grande alegria. Saúde para seu pai e força para sua família, que deve estar ainda muito mobilizada.
http://cafeecomletras.blogspot.com.br/
Oi Andreza,
ExcluirGraças aos exames a doença foi descoberta no estágio inicial e assim meu pai ficou curado, mesmo com sequelas, mas foi um susto muito grande.
bjs