terça-feira, 5 de agosto de 2014

FUNDAMENTALISMO NO BRASIL – parte um

Ontem estava conversando com uma amiga sobre terrorismo e fundamentalismo religioso.  O assunto é penoso, pois cada um tem uma opinião diferente. No entanto, analisando hoje, vejo que o Brasil não está muito longe desse fundamentalismo. Inclusive religioso. Só não chega ao absurdo do terrorismo (ainda).
O Brasil é um país pluralista, absorve todas as culturas e todas as religiões. Aqui conseguimos conviver bem, de certa forma, com todas as raças e credos.  Mas não estamos livres do controle da famosa liberdade de expressão.
Algumas vezes dizer o que pensa sobre um determinado assunto faz você ser colocado em um limbo, ou se pudessem, no alto da torre do castelo. Completamente isolado. É um problema grave.
Se eu for falar aqui o que acho, o que penso sobre a questão religiosa vou ser achincalhado e, provavelmente até ameaçado de morte. Como prezo minha vida, fico no meu cantinho. Até porque respeito as crenças de toda e qualquer pessoa neste mundo. Não gosto de polêmicas.
Mas, por incrível que pareça, a questão religiosa no Brasil é o menor dos problemas, ou pelo menos no momento, já que existem outros assuntos mais espinhosos, onde o radicalismo é pior e causa mortes, inclusive entre membros da mesma família.
O futebol brasileiro passa por uma entressafra em que há muito tempo não temos um futebol vistoso. Para falar bem a verdade, o futebol brasileiro não é mais o futebol brasileiro tem pelo menos 20 anos, se não for mais. Aonde quero chegar? Bem, há um fundamentalismo futebolístico que sempre reza que o meu time é melhor que o seu e nada irá mudar isso. Nem um rebaixamento.
Há pessoas que já passaram do bom senso alguns anos atrás. Eu observo muito as pessoas, acho que até poderia ser um antropólogo. Eu sou completamente contra o que dizem ser ZOAÇÃO no futebol. Isso não existe.
Um cidadão destrata o outro por causa de futebol. Mesmo sendo amigos, parentes, ou colegas de trabalho. Acredito que nem inimigos declarados se tratam assim. Gozar o outro é uma brincadeira de séculos, mas o que vejo ultimamente já ultrapassou a fase de brincadeira. Quando não estão se matando nos estádios (isso não é torcedor: é bandido mascarado de torcedor) estão postando nas redes sociais. Não, definitivamente não é zoação. É algo que fica vários níveis abaixo do relacionamento humano. É pura falta de respeito mesmo. Denegrir um ser humano por conta de futebol é pequeno.
Nunca fui fanático por futebol. Tenho meu time que torço. Mas minha vida não é pautada por esse time. Tenho alegrias e tenho frustrações também, o que é normal em um esporte. Mas ter falta de respeito com qualquer um que seja por conta de ele torcer por outro time. ISSO NÃO. Não falo mal. Não faço gestos obscenos e gosto de ser tratado com respeito, é claro.
Mas o que realmente tripudio é a provocação. É o que de pior um torcedor pode ter. E é isso que causa tantos desentendimentos e até mortes, seja em estádios ou mesmo no bar da esquina. O Brasil quer se tornar um país de primeiro mundo, mas com esse pensamento nunca sairá de terceiro (não. Não considero nem de segundo mundo). Falta educação. E não é a das escolas. É a de casa mesmo.

Antonio Henrique Fernandes Neto

Capitão do Navio Errante.

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